quinta-feira, 20 de setembro de 2012

A complexidade das coisas simples

    Para recomeçar meu Blog resolvi postar sobre uma das coisas que eu mais gosto de fazer, contemplar a natureza!

    Muitos brincam e me zoam porque chego cedo a universidade. Um dos motivos mais óbvios é por que dependo de transporte público e logo ou chego cedo demais aos lugares, ou tarde demais. Porém o que muitos não sabem é que eu gosto de chegar cedo também porque gosto de passar um tempo contemplando a paisagem e uma das coisas mais legais que se tem essa época do ano são as AMORAS!

    Hoje cedo quando cheguei na universidade perguntei para mim mesma, vamos às amoras? Apesar do frio, (quem me conhece sabe que o frio pra mim é um tempo adverso) respondi instantaneamente, VAMOS!

    Quando cheguei lá perto dos três pés de amora tive a oportunidade de apreciar uma linda paisagem, em volta do pé de amora havia inúmeros beija-flores, pardais e outros pássaros bonitos quais eu desconheço o nome. Fui chegando perto sem fazer movimentos mais bruscos com a tentativa de não espantar os passarinhos que degustavam das amoras. Tentativa frustrada, só uns dois ou três corajosos que permaneceram lá comigo.

    Então observei que o chão estava púrpuro, devido às frutas caídas que amadureceram e não houve ninguém que as colheu a tempo, fiquei pensando que parte desse "desperdício", era de certa forma culpa minha, visto que haviam quase dez dias que não visitara o meu tão querido pé de amora ou amoreira, (nunca soube o nome correto para denominá-los ou denominá-las), enfim, pra mim são minhas queridas amoras!

    Quando olhei para o alto percebi que não havia quase nenhuma amora "pretinha", a princípio fiquei desapontada, mas, permaneci olhando por dentro e aos pouco ia achando as tímidas amoras, fazendo disso de um exercício de reflexão, de pura interação com a natureza, percebi que como na nossa cultura imediatismo acabamos vendo apenas aquilo que longe parece ser. O Pronto, logo e já!
     E fui reexercitando com calma, procurando amora por amora, se esticando, pulando, dividindo as frutas com os pássaros de bico avermelhado que ali estavam, assim como eu com minhas mãos arroxeadas "sujas" das amoras. Pensando na vida, na sua beleza e nos meus questionamentos, rindo da situação e da cara das poucas pessoas que por ali passavam e me olhavam, com um olhar de estranhamento.

    Irônico, não? Nós somos parte dessa natureza e esquecemos que o "natural" seria justamente essa interação. O tempo foi passando quando vi, 30 minutos voaram e eu tirei foto da última amora capturada, primeiro pela precária câmera do celular, e mal tirada desse jeito aí, por conta do vento que batia nos galhos e a mão que já pintava tudo que tocava.

    Assim, deixei as outras amoras para meus companheiros passarinhos e subi para trabalhar satisfeita que o dia começaria bem, apesar da correria prevista, já tinha tido o meu momento de calma e tranquilidade.